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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Civilization

Aproximem-se da fogueira. Tenho uma história para contar. Há muitos, nossos antepassados viviam em pequenos bandos, protegendo-os mutuamente contra os rigores da natureza. Outros bandos começaram a se aproximar em busca de proteção, já que juntos eram mais fortes. Alguém viu que jogando sementes no solo, plantas cresciam. Outro, que era possível domesticar alguns animais. Tornado um povo fixo, percebeu-se que era possível conseguir comida para todos com essas inovações, e novas Tecnologias seriam possíveis. Percebeu-se que era mais fácil se organizar poderio Militar e defender-se dos inimigos. Percebeu-se que se criava Cultura. Percebeu-se que se gerava Riqueza Vilarejos deram lugar a cidades. Era a aurora da civilização, desfraldando-se para os auspiciosos. Preparem-se, pois Civilization Tá na Mesa!



Civilization é um boardgame baseado no aclamadíssimo jogo eletrônico Sid Maier's Civilization. Lançado em 2010, com a já conhecida qualidade Fantasy Flight, é um jogo para dois a quatro jogadores (a expansão Fame & Fortune permite o quinto jogador), onde você conduz sua civilização desde o berço, na primeira cidade até a conquista do mundo (ou das estrelas). O jogo é fantástico (Nota do Sr. Slovic: Realmente este é o meu Top-Top supremo. Nada supera Civilization, nada!), mas longo e pesado. Não que as regras sejam complicadas, mas prepare-se para mais de três horas (em média quatro) forjando o futuro da humanidade.

- Credo, que jogo longo. Prefiro jogar Banco Imobiliário que é mais rápido.

Simplório Bastardo! Civilization é sim um jogo longo, mas envolvente e imersivo. O destino do mundo torna-se argila em mãos habilidosas. Há várias maneiras de chegar à vitória, o que torna o jogo dinâmico. O jogo base (Nota da Sra. Slovic: Sim, existem duas expansões, mas falaremos deles em outro Tá na Mesa!) apresenta seis povos para jogar: Chineses, Russos, Americanos, Egípcios, Alemães e Romanos. Cada uma apresenta vantagens e desvantagens distintas. O tabuleiro é modular. Um dos pontos fortes é que, exceto pela vizinhança próxima as cidades iniciais, o resto do mundo está oculto. É necessário explorar para conhecê-lo, como na versão eletrônica. Inicia-se com uma única cidade e uma tecnologia.

Outro ponto fantástico do jogo é a Árvore Tecnológica. Cada nova tecnologia descoberta é representada por uma carta, que trás vários benefícios, como construção de novos edifícios, novas unidades militares ou vantagens. As tecnologias estão divididas em cinco níveis, sendo as de nível um as mais básicas (Escrita, Código de leis, Alvenaria), subindo para Feudalismo (nível dois), Ferrovia (nível três), Computação (nível quatro) até Voo Espacial (a única de nível cinco). Para conseguir uma Tecnologia de nível dois, é necessário ter pelo menos duas de nível um, servindo de base para o novo conhecimento, e assim sucessivamente, criando uma pirâmide de saber. Ou seja, para descobrir o Voo Espacial são necessários, no mínimo, duas tecnologias de nível quatro, três de nível três, quatro de nível dois e cinco de nível um.



Uma mecânica muito importante no jogo são as Políticas de Governo, que reproduz o sistema politico da civilização (Despotismo, Comunismo. Democracia), o que gera vantagens e desvantagens para o jogador, principalmente na trilha a ser seguida para a vitória. Certos Governos dão bônus para pesquisa, enquanto outros dão desvantagens militares. Faz parte da estratégia escolher o momento de trocar de Governo. Outro bônus é a existência de Pessoas Importantes, que são figuras históricas que dão certos bônus. (Nota da Sra. Slovic: Nas expansões, há cartas para as Pessoas Importantes, que dão vantagens mais especificas, como Leônidas que ajuda no combate).



O jogo é dividido em turnos, composto por cinco fases: Início de turno, Comércio, Administração das Cidades, Movimento e Pesquisa. Por ordem, todos os jogadores fazem a ação da fase antes de passar a seguinte. No Início do turno é a fase para se trocar de governo (se quiser) e construir novas cidades (no máximo pode ter três cidades no jogo). Na fase de Comércio recolhe os pontos de Comércio (importantes para a Pesquisa). Na fase de Administração de Cidade, escolhe-se uma de várias ações em cada cidade: Construção de Prédios (Quartéis, Bancos, Entrepostos), construção de Maravilhas (sim, como Stonehenge, a Torre de Porcelana e Estátua da Liberdade), criação de unidades (militares e de exploração), coletar recursos (como Ferro, Trigo, Tecido. Eles são necessários para realizar algumas ações) ou dedicar-se as artes (criar Cultura). Na fase de Movimentação, anda-se com as unidades e entra em combate (seja entre unidades, tribos bárbaras ou uma cidade adversária). E por fim, na fase de Desenvolvimento, se houver pontos de Comércio suficiente, descobre-se uma nova Tecnologia (e se gasta todo Comércio). Civilization é uma aula de história, didaticamente falando.



- Credo, que jogo complexo!

Acalme-se, rejeitado da turma do fundão! Todas as mecânicas estão bem encaixadas. O tuno parece longo, mas com um pouco de prática, quase tudo ocorre ao mesmo tempo, ficando rápido. O mais difícil do jogo é escolher qual trilha priorizar para vencer: Devo Pesquisar até descobrir o Voo Espacial (Vitória Científica), ou devo investir no meu exército para conquistar uma Capital adversária (Vitória Militar), ou devo evoluir na Trilha de Cultura e chegar ao nível quatro (Vitória Cultural) ou fortalecer minha economia e ganhar quinze moedas (Vitória Econômica)?

O único ponto fraco do jogo é o sistema de combate, que é complexo. A divisão entre Exército (figura) e Poderio Militar (cartas) pode confundir principalmente na fase de construção. Há quatro tipos de unidades: Montaria, Infantaria, Artilharia e Aviação, sendo que entre os três primeiros há uma relação idêntica a pedra-papel-tesoura, onde uma tem vantagem sobre outra e a Aviação tem vantagem sobre todos. Diferentes tipos de prédios e tecnologias dão diferentes tipos de bônus. Não é instintivo.


No geral, Civilization é um jogo que deve ser ao menos conhecido. Para os fãs já gostam da série eletrônica, é um prato cheio. Para os historiadores de plantão (Nota do Sr. Slovic: como eu) é um item mais que obrigatório. Quer se deixar ser conduzido pelos ventos da história e aprender como o mundo foi moldado?


Um comentário:

  1. Parabens pelo review. Tbem acho ele um jogo espetacular, e preciso colocar na mesa mais vezes...

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